Hoje eu estava pensando sobre a facilidade e a segurança que 99% de nós, que moramos no Ocidente, temos na vida.
Hoje mesmo eu estava ouvindo as histórias horríveis de algumas das crianças nos nossos abrigos e projetos contraturno, e sempre fico surpresa com a profundidade do mal praticado contra as crianças neste país, e que, aparentemente, não têm quaisquer repercussões criminais.
A injustiça de toda essa situação me deixa muito brava. Sei que tenho de entregar essas frustrações ao Senhor e deixar que Ele faça justiça aos nossos pequeninos que sofrem, mas às vezes é difícil deixar de lado a raiva que sinto por causa do abuso cometido contra eles.
Mas também fico feliz por estarmos salvando uma a uma e lhes dando proteção; para algumas dessas crianças, a primeira vez na vida que se sentem realmente seguras é quando vêm morar em uma de nossas casas.
Deixem as crianças em paz!
Desde a nossa última newsletter, eu, Debi, visitei três abrigos, e em dois deles ouvi pessoalmente duas crianças dizerem que estavam sendo colocadas de volta em casas de parentes para que não precisassem mais ficar num abrigo, mas ambas me disseram que não queriam ir embora, porque gostavam muito do nosso abrigo e se sentiam seguras lá.
Karina, nossa supervisora de abrigos, também me contou sobre uma menina de 15 anos que está acolhida em uma de nossas casas.
O juiz tentou colocá-la de volta na casa do pai, com seu irmão mais novo, mas ela se recusou a deixar nosso abrigo, pois somente lá se sentia realmente segura.
Ela disse que estava disposta a visitar seu pai, mas queria morar conosco. É triste, mas ao mesmo tempo é um bom sinal de que o que estamos fazendo está realmente fazendo a diferença na vida dessas crianças.
Durante nossa visita ao abrigo, conheci pessoalmente a menina que, há apenas alguns meses, destruiu todos os móveis. Eles só me disseram quem ela era depois que eu já havia saído do local para voltar para casa, e fiquei em choque com o quanto ela mudou.
Ela estava tão tranquila, calma e educada que eu jamais teria imaginado que era a pessoa que havia causado tantos danos pouco tempo antes. Deus realmente nos abençoou com cuidadores tão bons em todos os nossos abrigos! Somos muito gratos por isso.
Como Karina e eu estávamos no abrigo na hora do almoço, decidimos comer lá com as crianças e ver o que elas estavam comendo.
Naquele dia, comemos fígado e, a princípio, não ficamos felizes com isso, porque achamos que eles estavam apenas tentando economizar dinheiro e não dando às crianças uma boa comida (embora eu entenda que o fígado é muito bom para a nossa saúde, mas que criança gosta de fígado?).
Bem, não só ficamos surpresas ao descobrir que as crianças gostam de fígado, mas também com o quanto o prato estava saboroso, graças ao trabalho fantástico da cozinheira.
Também fizemos questão de tirar uma foto dos chuveiros externos que o marido da coordenadora construiu usando sobras de materiais que seriam descartados.
As crianças costumavam entrar com tanta areia nos pés que a casa inteira ficava cheia de areia, com um rastro de sujeira que começava na porta e ia até os chuveiros.
Então, ele construiu essa ducha que parece parte de um Day Spa cinco estrelas para que elas possam tirar toda a areia antes de entrar em casa. Ficou muito bonito e as crianças amaram. Lembre-se de que lá é sempre quente, por isso tomar uma ducha lá fora é um prazer para elas.
Enquanto estávamos conversando com a coordenadora do projeto contraturno, a coordenadora do abrigo passou por lá e, para a surpresa de todos (especialmente delas), sem que nenhuma das duas soubesse, ambas estavam vestindo camisetas exatamente iguais naquele dia.
Então, é claro que tivemos que tirar uma foto das duas juntas.
Em setembro, como parte da comemoração do Dia da Independência, em 7 de setembro, a equipe ensinou às crianças tudo sobre a bandeira, o que representa sua cor, e a história do país.
Projeto Contraturno em São Luís
Soubemos do testemunho de uma menina cujo avô saía de casa às escondidas para se embebedar, e muitas vezes a mãe e a menina tinham de ir ao bar para buscá-lo e trazê-lo para casa.
A garota aprendeu a orar pelo avô e creu que Deus o ajudaria. O avô, então, entregou sua vida a Jesus, e tudo mudou na família. A menina está muito feliz agora, o que é muito compreensível.
| Veja aqui a nova sala de aula para os pequeninhos que participam do Projeto. Tão linda! |
Allélon (a nova escola que começamos a construir)
Na segunda semana de setembro, houve uma reunião com os engenheiros e a empreiteira para iniciar a fundação. O contrato foi assinado e o terreno está começando a ser limpo.
Outras notícias:
Nós, da Diretoria da BKK, também tivemos nossa reunião trimestral em setembro.
Passamos o dia inteiro juntos discutindo diversos assuntos e problemas que precisam ser abordados e votando em alterações relacionadas ao nosso estatuto que precisam ser feitas no momento.
Eu queria contar muito mais, mas esta newsletter ficou longa bem rápido, então vou encerrar por enquanto e continuar no próximo mês com mais notícias interessantes. Fique ligado! A gente se fala depois.
